Norma Internacional para Gestão da Energia
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) lançou, em 07/07, a norma ABNT NBR ISO 50001:2011 – Sistemas de gestão da energia – Requisitos com orientações para uso. A publicação é uma adoção da norma ISO 50001:2011 – Energy management systems – Requeriments with guidance for use. Publicada no dia 15 de junho pela International Organization for Standardization, a ISO 50001 foi muito aguardada pelo setor por propor um impacto positivo no uso de 60% da energia no mundo.
A norma especifica requisitos para implementação e manutenção de um
sistema de gestão da energia, com o propósito de habilitar organizações de
todos os portes a buscarem a melhoria contínua de seu desempenho energético.
Aliada da produção, a eficiência energética reduz danos ambientais e
garante maior competitividade no mercado, por isso é questão prioritária para
organizações em todo o mundo.
Alberto Fossa, coordenador da Comissão de Estudo Especial de Gestão e
Economia de Energia (ABNT/CEE-116) e chefe da delegação brasileira na ISO,
explica os principais focos da norma. “O desempenho está baseado em três
pontos específicos: uso (aspecto qualitativo da energia, que inclui também o
comportamento humano, entre outros); quantidade (aspecto quantitativo da
energia, envolvendo o consumo e sua redução); e eficiência energética
(aspecto tecnológico e vinculado ao balanço entre os recursos energéticos
despendidos e os resultados obtidos num determinado processo)”.
Outro objetivo é garantir disponibilidade de suprimento de energia,
aumentando a competitividade e contribuindo para reduzir o impacto das mudanças
climáticas. A melhoria contínua do desempenho energético resultará na
diminuição do consumo global de energia.
Para todas as organizações
Eduardo Lima, secretário da Comissão de Estudo da ABNT, que atua como
espelho do Comitê da ISO, informa que a norma poderá ser aplicada por
organizações de todos os tipos e tamanhos, independentemente de condições
geográficas, culturais ou sociais. O sucesso de sua implementação dependerá,
entretanto, do compromisso em todos os níveis e funções e, especialmente, da
alta direção.
A norma recomenda às organizações vários procedimentos como, por exemplo,
adoção de critérios de eficiência na compra de equipamentos, estruturação
e cuidados adicionais na operação e manutenção de equipamentos,
conscientização e treinamento sobre os aspectos vinculados ao uso adequado da
energia.
“As organizações deverão definir um padrão inicial de uso da energia
em seus processos e atividades e adotar ações de melhoria ao longo do tempo,
com foco no nível de consumo e na eficiência energética”, esclarece
Lima.
A importância da norma é também destacada pelo secretário-geral da ISO,
Rob Steele: “Um melhor desempenho energético pode proporcionar benefícios
rápidos para uma organização, maximizando o uso de fontes energéticas e
reduzindo o custo e o consumo de energia. Também fará contribuições
positivas para reduzir o esgotamento dos recursos energéticos e atenuar os
efeitos do uso de energia em todo o mundo, como o aquecimento global”.
Apoio a políticas públicas
A norma internacional deverá ser também uma aliada dos governos nas
políticas públicas destinadas a promover o uso eficiente de energia. É o
caso, no Brasil, do Plano Nacional de Energia 2030 (PNE 2030), lançado pelo
Ministério de Minas e Energia (MME) e a Empresa de Pesquisa Energética (EPE),
que estipula uma redução de 10% do consumo de energia no país até 2030 e
considera a eficiência energética como um fator fundamental para
equacionamento do suprimento nos próximos anos.
Também o Plano Nacional de Eficiência Energética (Pnef), ainda em
elaboração, terá na nova norma uma ferramenta importante para disseminação
dos conceitos de eficiência energética no país, particularmente no setor
industrial.
Na opinião de Alberto Fossa, que é consultor do Procobre, a nova norma
ainda deverá estimular a indústria e consumidores a aumentarem o uso de
produtos eficientes, como os motores elétricos identificados com o selo do
Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel). “Prevemos
que a maioria das empresas adotará a ABNT NBR ISO 50001 como forma de
demonstrar ao mercado seu compromisso com a sustentabilidade. A sociedade
encontra-se mais sensibilizada com o tema das alterações climáticas e tem
identificado de forma mais contundente diferenças entre empresas responsáveis
e não responsáveis”, ele conclui. As informações são da ABNT.
Fonte: site http://www.ciclovivo.com.br |