Pesquisa mostra que setor de saneamento é o segmento de infraestrutura do Brasil que desperta o maior interesse de investidores
No Brasil, uma em cada duas pessoas mora em uma residência sem acesso a serviços considerados básicos, como coleta e tratamento de esgoto e mesmo fornecimento de água. Pelo menos 100 milhões de pessoas não têm acesso às redes de esgoto e falta água para 35 milhões de brasileiros. É o que revela levantamento feito pelo Instituto Trata Brasil, com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
A falta de saneamento é maior nas regiões Norte e Nordeste do país. É enorme a diferença que separa as cidades brasileiras: 16 dos 20 municípios com melhores condições estão nos estados do Sul e do Sudeste. Dos 20 melhores municípios, 8 são do estado de São Paulo e 6 do Paraná, estados que, historicamente, têm índices elevados de saneamento. Por outro lado, 12 dos 20 piores estão no Norte e no Nordeste. O estudo analisou os 100 municípios mais populosos do país.
O setor de saneamento é o segmento de infraestrutura do Brasil que desperta o maior interesse de investidores, segundo levamento feito pela consultoria EY, em parceria com a associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib). O estudo divulgado em janeiro passado, mostra que 61,5% dos empresários indicam o setor como a área que deve receber o maior volume de recursos nos próximos 3 anos.
Desde o 2º semestre de 2019, o setor de saneamento lidera o ranking de perspectivas para investimentos, superando áreas como energia, ferrovias e rodovia, entre outras. Porém, nos últimos dois anos, teve um aumento das intenções de investimento para o setor. Segundo o estudo, esse aumento é justificado pelas políticas públicas conduzidas nos últimos anos para incentivar o crescimento do acesso ao saneamento básico, em especial do Novo Marco do Saneamento.
O marco é uma lei que modifica uma série de normas do setor de saneamento básico do Brasil. O texto foi aprovado pelo Congresso em 2020. Prevê mecanismos para ampliar, em índices próximos a 100% a rede de fornecimento de água potável e de coleta de esgoto pelo país até 2023. Também estabelece estímulos para a presença do setor privado.